
"Lembramo-nos de ter sido – não, porém, de ter durado. O instante poético, portanto, é necessariamente complexo: ele comove, prova, convida, consola, é espantoso e familiar''. (Gaston Bachelard, 1884-1962).
Prazer, me chamo Jun e sou fotógrafo de retratos femininos e casamentos. Tenho a fotografia como profissão há 10 anos. Tento sempre buscar um olhar sobre as mulheres que as possa empoderar, fazendo com que elas se enxerguem por uma nova perspectiva, livre de medos e inseguranças. Tento a cada ensaio transformar o momento em uma experiência de autoconhecimento para as minhas clientes além de entregar fotos muito bonitas delas mesmas. Ao meu olhar, o empoderamento feminino não se dá pela exposição exacerbada do corpo feminino, como um objeto, mas sim por nuances sensíveis que existem somente no universo das mulheres. Ao fortalecer a essência dessas mulheres, trago suas histórias à tona e faço com que se libertem dos padrões estéticos que são as vezes nocivos à criação da própria imagem. Num mundo que é cruel com o corpo feminino, eu como fotógrafo, percebo que posso sim servir de instrumento de transformação e de cura, fortalecendo a sua essência, trazendo histórias à tona. Gosto de dizer que a fragilidade e a força caminham lado a lado e de mãos dadas. Procuro mostrar a ela que tanto a sua luz quanto a sua sombra são lindas, basta que ela aceite tudo com carinho. Tento empoderá-la pelo seu olhar pois não há nada mais forte do que isso. A mensagem está toda nos olhos, abertos ou fechados. Foi nos retratos que me encontrei, por gostar de gente, de olhares, de rosto e cabelo ao vento, de ter a oportunidade de congelar uma gargalhada, um riso. Procuro pôr me como observador de uma história, querendo saber dos detalhes, conversar, importar-se com as palavras.